O mapa mostra que a França não está sozinha. Vários países optaram pelo banimento ou pela taxação das sacolas plásticas. O Reino Unido, por exemplo, adota a taxa de 5 pence (R$0,25) por sacola plástica desde 2015. Somado a estes países, a Alemanha também passou a cobrar pelas sacolas plásticas em 2016.

Mas a França tem um plano ambiental ainda mais ousado: proibir o uso de pratos, copos e utensílios de plástico até 2020. Seus substitutos devão ser feitos de materiais de origem biológica e compostáveis. A corrida ambiental contra o “plástico” desperta uma discussão sobre como utilizamos os polímeros atualmente. Também levanta pauta sobre as perspectivas para um futuro de diminuição deste consumo.

No entanto, esta decisão na prática implica em uma série de dificuldades, nas quais a engenharia de materiais pode ter um papel decisivo. Diferentes rotas podem chegar a soluções para o problema do lixo plástico.

Uma solução está no uso de polímeros biodegradáveis. Estes são degradados pela natureza em tempos significativamente menores que os polímeros convencionais. Porém, estes polímeros sofrem por apresentar elevado custo de produção, com propriedades semelhantes aos polímeros convencionais. Seria esta a oportunidade de aumentar sua demanda para reduzir seus custos? Outra alternativa está no desenvolvimento de biocompósitos, que podem empregar diferentes matrizes e diferentes produtos e subprodutos da produção agrícola. Ainda há também a reciclagem, uma boa solução para a redução do descarte.

Os polímeros são realmente os grandes vilões?

Mas, e sobre as sacolas plásticas, os polímeros são realmente os grandes vilões? Aparentemente não. Alguns candidatos a substitutos óbvios também têm seus problemas. A produção de sacos de papel descartáveis utiliza quatro vezes mais energia na sua produção. Além disso gera 50 vezes mais poluição aquática e 70% a mais de poluição do ar. Sacolas duráveis de pano também possuem uma grande carga de dano ambiental, pelo massivo consumo de água, pesticidas e energia em sua produção.

As sacolas reutilizáveis de plástico, no entanto, apesar de sua origem fóssil podem ser uma boa alternativa. Estas, em cerca de três usos, se tornam mais amigáveis ao ambiente que sacolas descartáveis de polietileno. E ainda, podem ser produzidas a partir da reciclagem do PET (polietileno tereftalato), dando um novo destino a outro produto também conhecido como vilão ambiental: as garrafas.

No Brasil, apenas há cobrança na cidade de São Paulo. Em algumas outras cidades, há a proibição e obrigatoriedade de se oferecer alguma alternativa.